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“Quando estou sem fazer nada, sinto como se estivesse perdendo tempo”.


Numa sociedade cada vez mais acelerada, em que fazer várias coisas ao mesmo tempo é uma característica valorizada, ficar sem fazer nada pode ser considerado desperdício de tempo, improdutividade, preguiça. Por isso, em vez de trazer uma sensação de relaxamento traz culpa e ideia de que tem algo errado.

A tecnologia é um passo a mais nessa direção de estarmos sempre acelerados. Nossos dispositivos nos deixam cada vez mais conectados a tudo, ligados quase que constantemente, bombardeados de informações e mensagens a qualquer hora do dia em qualquer dia da semana. Não por acaso, o número de pessoas com ansiedade e depressão tem crescido cada vez mais no Brasil. Afinal, um estilo de vida cheio de excessos não é sinônimo de qualidade de vida, mas é uma bomba relógio prestes a explodir.

Por que é tão difícil permitir-se ficar sem fazer nada? Parece que falar em ter um “tempo sem fazer nada” é como ir na contramão. Enquanto todos ao seu redor estão querendo mais tempo para fazer mais coisas, você está querendo desacelerar. Enquanto se prega uma ditadura da felicidade, cheia de coisas para fazer o tempo todo, parece que você está parado vendo o tempo passar. Enquanto se prega que querer é poder e tem poder quem faz, você está descobrindo que pode fazer menos ou não fazer nada em alguns momentos. Além disso, tem-se o conceito que quanto mais tempo se passa trabalhando mais se produzirá. Logo, torna-se difícil parar quando acreditamos que não temos tempo a perder.

Muitas pessoas não sabem como se distrair nem como descansar e quando tem tempo livre se entediam. O que na prática pode nos auxiliar a ficar sem fazer nada? Primeiro, é necessário conhecer a percepção pessoal que você faz do tempo. Depois aprender a desacelerar. Para desacelerar comece quebrando o hábito de fazer várias coisas ao mesmo tempo e passar a fazer uma coisa de cada vez (escolha algumas atividades durante o dia para serem feitas assim). Quando estiver na fila do buffet, por exemplo, apenas esteja na fila do buffet, não confira as mensagens no celular, nem responda os e-mails, apenas vivencie este momento, aprecie este momento, presencie ele. Desacelere seus gestos, escolha uma atividade do seu dia e a realize com calma, pode ser o banho, a alimentação, o caminho para o trabalho. Sinta como seu corpo fica quando está desacelerado. Lembre-se de que parar é essencial e não sinônimo de improdutividade.





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