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Por medo de perder podemos perder tudo

Quem não lembra do atentado as Torres Gêmeas em 2001. Talvez o que você não saiba é que muitas pessoas não procuraram a saída de emergência ao escutarem o alarme de incêndio. Elas ficaram. Continuaram ao telefone, foram para a reunião, não entraram em pânico, nem ficaram desesperadas para sair.


Numa entrevista à American National Public Radio, Marissa Panigrosso, sobrevivente, que estava no 98o andar na torre sul quando o primeiro avião bateu na torre norte, relatou que enquanto ela foi rumo a saída de emergência, suas colegas de escritório não a acompanharam. Embora uma onda de ansiedade tenha acometido as pessoas do escritório, não foram todos que largaram o que estavam fazendo ou abandonaram suas coisas, suas tarefas, suas atividades e o local. Uma colega que estava numa ligação telefônica continuou lá. Outra colega que estava saindo do prédio voltou para buscar as fotos do seu bebê. Todos que ficaram perderam a vida.


Você pode estar se perguntando: por que não saíram? Ou pode estar se afirmando: eu teria saído na hora, não teria pensado duas vezes. Mas será que você teria saído? Quantas vezes o alarme de incêndio já soou na sua vida e você ficou parado sem conseguir agir, esperando pra ver se era fumaça ou se de fato era fogo. E por medo de tomar uma decisão, de fazer uma mudança, de tomar outros rumos, de construir outros caminhos, por medo de sair (de uma relação, de um trabalho, de uma situação) escolheu ficar e, por medo de perder, perdeu tudo! Não deixamos de buscar a saída de incêndio porque não tememos perder, deixamos de buscá-la porque tememos mudar. Não queremos uma saída, mesmo que estejamos numa situação de emergência, se não pudermos ter a certeza e o controle de onde exatamente ela estará nos levando. Hesitamos diante da mudança, porque mudar é perder. E por isso, muitas vezes, ficamos parados esperando. Sem saber ao certo esperando o que.

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