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O aspecto socioeconômico na escolha profissional.




A realidade escolar, hoje, permite que milhares de jovens tenham acesso ao Ensino Médio, situação que não era possível há décadas atrás em que muitos não tinham a oportunidade de cursá-lo. Contudo, tal fato não garante que este jovem tenha chance de ingressar no mercado de trabalho em profissões que exijam maior qualificação, tampouco garante que ele consiga atuar na profissão escolhida ou desejada. Isso, porque entre a escolha profissional realizada e a efetivação dessa escolha, há um caminho repleto de fatores condicionantes que podem interferir na realização do curso ou da profissão sonhada.


Dessa forma, a escolha profissional do aluno do Ensino Médio precisa ser entendida frente aos elementos norteadores desta escolha, como a necessidade de trabalhar, a falta de recursos para pagar um cursinho pré-vestibular ou uma faculdade, a impossibilidade de concorrer com igualdade com alunos oriundos de classes economicamente favorecidas, todos esses fatores podem ter um peso decisivo na concretização de suas escolhas.


Vivendo numa sociedade capitalista que não oferece emprego para todos, que emprega profissionais qualificados em trabalhos não qualificados, que incentiva a competição individual para o ingresso na universidade e no mercado de trabalho, as reais chances de realização das escolhas dos alunos egressos do Ensino Médio mostram-se bastante reduzidas. Assim, cabe a pergunta: o que significa “escolher” numa sociedade onde as oportunidades não são iguais para todos? Desta forma, para auxiliar o jovem nessa escolha profissional é preciso entender os fatores que norteiam essa escolha.


Coloca-se, então, um desafio: conhecer o mundo do trabalho na atual sociedade capitalista, entender o significado das reais possibilidades de escolha desse jovem e compreender que há algo muito maior que permeia e condiciona a efetivação das escolhas- a realidade socioeconômica.


Essa realidade não determina definitivamente o destino do jovem economicamente desfavorecido, mas certamente reduz a probabilidade de atingir suas metas, ou mesmo força a modificação de suas escolhas, negando-as ou adaptando-as para obter maiores chances de se inserir no ensino universitário ou no mundo do trabalho.


Conhecer e compreender a trajetória dos egressos do Ensino Médio público é fundamental para que possa verificar o que acontece nessa trajetória que resulta em situações de escolha, sempre estabelecendo relações entre as escolhas (que aparentemente são individuais) e a totalidade representada pelo universo político, econômico e social no qual essas individualidades estão inseridas.

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